sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Um ano...

Hoje faz um ano.
Faz um ano que tenho certeza que não mais a verei.
Sua imagem agora apenas em sonho, ou nas lembranças que guardo dela.
Hoje faz um ano que sei que não vou mais “abanar o rabinho”
Faz um ano que sei que não terei mais almoços de domingos movidos a churrasco, com arroz e rúcula, ou a lasanhas pesadas, muito menos com risoto ai funghi (o melhor que já comi).
Hoje faz um ano que sei que não terei mais sua companhia, que não ouvirei mais sua voz firme.
Faz um ano que sua presença se transformou em saudade.
Hoje faz um ano que choro de saudade.
Faz um ano que sinto sua falta, um ano que penso nela todo dia.
Hoje faz um ano que não posso mais ouvir sua voz me incentivando.
Faz um ano não tiramos mais sarro de sua cara.
Hoje faz um ano que não tenho mais desculpa pra pedir chocolate quente mesmo no calor.
Faz um ano que não recebo mais suas ligações dizendo que sumi.
Hoje faz um ano que sei que não vou mais pagar mico vestida de camponesa italiana.
Faz um ano que não tenho mais que vender convite pra jantar italiano.
Hoje faz um ano que não digo buon giorno e alguém me responde, às vezes em italiano errado.
Faz um ano que ninguém mais diz “bom dia dona Cutia”
Hoje faz um ano que não convivo mais com sua imperatividade e sua hiperatividade.
Faz um ano que sei que meus natais nunca mais serão os mesmos, um ano que eles perderam um pouco de significado pra mim.
Hoje faz um ano que não discuto as regras de português que sabia tão bem, e não ouço ela dizer anexins.
Faz um ano que estamos sem ela.
Hoje faz um ano que minhas últimas palavras pra ela foram: “pode ir vó, a gente vai ficar bem aqui”.
Faz um ano hoje.
Hoje faz um ano. Um ano que simplesmente sentimos falta dela.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Amorzinho

“de todas as palavras que disse,
De todas as palavras ouvidas,
De todas, foi um diminutivo que me chamou atenção.
Foi uma “Simple Message Text” que guardo pra lembrar.
Guardo pra lembrar a primeira vez que me chamou assim,
A primeira vez que li você me chamar assim.
Amorzinho!”

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Ontem

Foi ontem!
Mesmo depois de toda a história. Mesmo depois de toda a dúvida.
Foi ontem!
Mesmo depois de ouvir várias vezes. Mesmo depois de ler várias vezes. Mesmo depois de rir várias vezes.
Foi ontem!
Mesmo depois de todas as noites dormidas. Mesmo depois de todas as noites não dormidas. Mesmo depois de todas as tardes quentes e chuvosas.
Foi ontem!
Mesmo depois de todo o carinho. Mesmo depois de tanto cafuné. Mesmo depois de toda sedução.
Foi ontem!
Foi ontem, que mesmo depois disso tudo, senti.
Foi ontem enquanto conversávamos trivialidades e você deitou no meu colo, e sem dizer uma palavra me pediu carinho. Foi aí que senti que gosta de mim.

domingo, 31 de janeiro de 2010

ELA!

Ela é linda!
Ela é linda e faz tudufi aqui dentro.
Ela me faz ter vontade de cantar!
Ela canta de verdade.
E canta DE VERDADE!
Ela gosta de comer!
E gosta quando cozinho.
Eu engano ela, quando finjo que cozinho.
Ela tem princípios!
E tem planos!
E tem alguns que batem com os meus.
Ela tem um sorriso lindo!
E tem um sorriso mais lindo que o meu.
Ela tem charme!
E ela tem pose!
Ela FAZ charme!
E ela FAZ pose!
Ela me seduz!
E ela me deixa mansa!
Ela me deixa mansa, e com as pernas bambas.
Ela me faz tremer,
E ela me faz gemer.
Ela me dá calafrios!
Ela me faz sentir bem!
Ela me faz querer sentir bem.
E me faz querer ser melhor.
Ela me faz rir!
E ela ri de mim.
Ela me faz carinho!
E de novo me deixa mansinha!
Ela me tira do sério!
E ela gosta da minha cara de séria!
Ela faz piada!
Ela me faz de piada.
Ela me deixa nervosa!
Ela gosta da minha cara de nervosa.
Enfim,
Ela?
Ela é simplesmente ela!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Nesse um mês

No dia que fez um mês que vim pra São Paulo refleti sobre a minha vida nesse período, o que aprendi, o que vivi. Já entrei em Sampa sendo advertida do que iria ser minha vida: CONGESTIONAMENTO!! E o da chegada foi só o começo, no dia seguinte pegaria- em pleno domingo- quase 3 horas de sol e buzinadas, e nesse 1 mês seriam pelo menos mais uns 3.
A primeira coisa prática que aprendi foi o caminho entre a zona norte e a avenida dos teatros, hehehe, porque eu não preciso nem dizer.
Aprendi que chuva é sinônimo de preocupação, que paciência não é só uma virtude, e que bom humor é fundamental (graças a Deus esse eu já tinha). Aprendi que gentileza no trânsito é fundamental, e até uma questão de consciência, porque uma hora você vai xingar o filho da puta que não deixou você entrar, e o trânsito não é medido em Km, e sim, em hora do dia e previsão do tempo, e além disso as quartas estou submetida ao rodizio ( enão é de carne nem de pizza).
Conheci um novo santo: o Santo não-inundador-de túnel, e rezo pra ele toda vez que começa a garoar. Sim, motorista de ônibus é a mesma merda em qualquer lugar do país. Ah, sim, retrovisor do carro é uma coisa a qual você não pode se apegar, porque uma hora um motoqueiro vai levar ele.
Ah, você vai passar semanas dizendo que vai na 25, mas ela vai ficar ali mesmo e você vai ter preguiça de ir até lá, aliás, a Zé Paulino não vai sair do lugar e você sempre vai deixar pra depois. Os pontos turísticos são centenas, e os lugares que você sempre disse que ia visitar quando era turista também não vão sair do lugar. A Liberdade vai continuar tendo feirinha todo domingo, e todo domingo você vai deixar pro próximo o desejo de comer tako-yaki.
A praia é bem ali, mas você não vai todo fim de semana.
Saudade da família é normal, a gente até acostuma, mas o vazio dos amigos que você via quase todo dia é uma lacuna que não se enxerga o fim. Vi que a brincadeira de ser pai ganha uma dimensão enorme com a distância, que os filhos fazem muita falta e que eu vou continuar me preocupando com eles.
Os amigos que você falava no MSN e tinha saudade, agora moram na mesma cidade, e a gente vai continuar se falando por MSN porque não vai dar tempo de vê-los toda semana.
Nesse um mês adquiri uma vontade diária de cultivar um sorriso. Dormir sozinha é bom, bom para sentir mais vontade de dormir junto. Acostumei a olhar para cachinhos e a tentar entender seus olhares – alguns nem precisam de legenda. Desenvolvi uma vontade freqüente de ouvir um certo tom de respiração. Enlouqueci e continuo perdendo o chão com o som de uma voz, a voz dos cachos, só que essa pode passar 1, 10, 20 meses, acho que não vou me acostumar e vou me encantar a cada nota, só preciso aprender a não perder o foco.
Vi que uma risada pode vir a qualquer hora, e que muitas vezes eu serei o motivo dela, mas o sorriso vai estar ali. Aprenderam a me deixar mansinha fazendo carinho na minha cabeça, aliás a única pessoa que é autorizada a fazê-lo. Nesse um mês me deixei cair em tentação, e góooxto, adoro cair nela, mesmo que seja no modo silencioso.
Conheci um circo diferente, um circo família, em todos os sentidos. O circo tem acrobatas, malabarista, comediante, cantores e músicos, mas no fim são todos uns loucos e palhaços.
Enfim, é apenas um mês, já vou me acostumando com tudo, o transito, a chuva, vou administrando a saudade, superando as dificuldades, mas, sobretudo, vou me acostumando com a felicidade. “sabe quando você pega uma xícara de chá quente na mão e sente que vai espirrar?” é assim que me sinto. É só cuidar pra não derramar!
ah sim.. e quem diria que o lugar que todos chamam de inferno eu encontraria meu pequeno paraiso!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

aaa sei lá..

Curioso pensar em você. Não sei direito o que penso, mas sei que é bom. Não tenho nenhuma pretensão de distância, tempo, duração ou intensidade. Assim tá bom e pode ficar melhor ainda...é só não correr... nome eu não tenho, mas acho que já deram. Agora eu estava pensando na simplicidade desse pensamento, do sorriso que preenche meu rosto sem querer quando vejo sua foto de perfil, como reluto em apagar os depoimentos, só pra ver sua foto ali de manhã, e lembrar do seu sorriso. Surpreendo-me em como faz falta o seu bom humor, mesmo tendo estado tão pouco tempo, e como as vezes a Marisa Monte, do nada, começa a cantar na minha cabeça “fico imaginando você em seu quarto dormiiindo...” e quando ela diz “mas eu volto logo pra te ver...vou com saudades no meu coração”.
Ai ai, as vezes penso em como uma mensagem de celular mudou a perspectiva, a minha, e o que primeiro iria se transformar em uma amizade, e que depois iria se transformar numa boa lembrança, se transformou nesse sei-lá-o-que, sei que é bom. Fico pensando em como a minha ansiedade lhe enche o saco, e de como isso pode te assustar por dar a impressão errada, das mil besteiras que falo, das vezes que responde entendi (e que quer dizer... não entendi lhufas), e como eu falo, Jesus, alguém cala a minha boca. A frase “não sei onde isso vai parar” ora causa alento ora me prepara para a frustração. Frustração não sei do que, pois já estou no lucro, daqui pra frente só coisas boas podem vir, e mesmo se você fugir, outra coisa há de vir (rimei de propósito).
Meu excesso de zelo pode se chocar com a sua falta dele, com a sua falta de costume de recebê-lo, e a distância ajuda, assim não precisa correr, não precisa pensar, apenas ter a sensação, espero que boa, de ter alguém que pensa em você. Por baixo da máscara do palhaço se esconde apenas uma menina... uma menina que tenta conquistar uma mulher, uma mulher de se admirar, de sentir sua falta e de se orgulhar. Hoje tenho a insegurança caminhando comigo, e o pensamento que não sai da minha cabeça..’ como aquele sorriso foi se interessar por uma menina pentelha?’ vou tentar não pensar mais nisso, quem sabe um dia eu tenha uma feliz surpresa...
Aaai, num sei... só sei que o Exupéry tinha razão.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O sorriso

Andando pela cidade grande me encantei. Não pelos prédios, pelo movimento, nem tampouco pelo clima. Estes já me eram familiares. Dos dias passados ali, boa parte foram chuvosos. E foi no final de um dia destes, de garoa fina, que me encantei. Encanto pela beleza de um sorriso saído de um nariz empinado. E era uma beleza tão diferente, um ar de não me toque, e uma delicadeza que não cabia ali.
A delicadeza me deixou sem graça, e mesmo assim me chamava... Huum! não era apenas um sorriso. O encanto, o humor, a leveza... e o sorriso.. ah o sorriso!
Voltando pra casa a imagem dele ecoava... a vontade de ver aquele sorriso de novo.
E o vi. Tempos depois o vi. De cima do palco, e ele trazia um talento... e a voz, e que voz, também não parecia caber ali.
Uma noite sozinha com ele, e além de belo, era doce meigo, e o nariz empinado ficou em algum lugar, não sei onde.
Depois, um dia agradável, dia quente, e tão agradável, e eu olhando para o sorriso daqueles cachos.
E foi em outro fim de noite que me despedi daquele sorriso. Inesperado, e não via o tempo passar. Agora pensava em quando veria o sorriso de novo...